A arritmia cardíaca é um problema que interfere no ritmo em que o coração bate. Durante uma crise de arritmia, o coração perde o ritmo, podendo acelerar demais e bater muito rápido, como pode começar a bater muito devagar ou mesmo bater em ritmo irregular, acelerando e desacelerando sem encontrar um ritmo fixo.
Sempre que falamos em problemas que envolvem o coração, uma série de dúvidas surge devido a enorme quantidade de mitos que rondam o assunto e acabam atrapalhando ainda mais o paciente na hora de identificar o problema e em procurar ajuda ou um tratamento correto.
Para acabar com as dúvidas, preparamos este post para você com 6 mitos e verdades sobre a arritmia cardíaca. Continue a sua leitura e confira agora!
1 – O sintoma mais comum é a palpitação – Verdade!
A palpitação é o sintoma mais comum da arritmia cardíaca. Por isso, se você sente que volta e meia o coração desacelera, dá trancos ou começa a bater desesperadamente é muito importante procurar um médico especialista.
Claro que nem todo o caso de palpitação é arritmia, muitas vezes ela pode ser resultante de crises de ansiedade e outras doenças como a síndrome do pânico. De qualquer forma, é importante procurar um médico e saber qual é o seu caso, pois o coração tem sim um ritmo certo para bater, que varia de 60 a 100 batimentos por minuto.
Outros sintomas da arritmia ainda são o desmaio, falta de ar, tontura, dores de cabeça e sudorese. Em casos mais graves pode ainda surgir outros sintomas como pressão baixa, dor no peito e confusão mental.
2 – Quem tem arritmia cardíaca não pode se exercitar – Mito!
É muito comum ver por aí pessoas que pensam que quem sofre de arritmia cardíaca, não pode se exercitar. Isso se dá ao fato de que os exercícios aceleram os batimentos cardíacos, fazendo com que muitos pensam que isso poderia desencadear uma crise de arritmia. Na verdade, do ponto-de-vista médico, temos vários tipos de arritmias, de menor ou maior gravidade e a classificação do seu tipo de arritmia é que irá determinar ou não a possibilidade de realização de atividade física.
Porém, as atividades físicas leves e moderadas podem continuar a serem praticadas normalmente na maioria dos casos de arritmia, exceto em casos onde a doença esteja diretamente relacionada a prática do exercício físico, como é o caso de alguns atletas de alta performance e outros indivíduos com doenças de genéticas ou com alterações estruturais significativas.
De qualquer forma, é importante a realização de exames complementares (teste ergométrico, holter, ecocardiograma, etc) para um diagnóstico específico e para orientação da prática das atividades físicas seja totalmente segura. Essa avaliação é importante porque existem condições que podem desencadear arritmias importantes e graves durante o esforço, como uma condição rara chamada miocardiopatia hipertrófica que leva ao risco de morte súbita.
3 – Alguns alimentos podem provocar arritmia – Verdade!
As xantinas, o exemplo mais conhecida é a cafeína, presente em alguns alimentos pode causar a arritmia cardíaca quando consumida em quantidades muito elevadas. Nesse caso, é preciso evitar consumir em excesso os alimentos ricos nessa substância, como é o caso do café, dos refrigerantes e do chocolate. Muita atenção também devemos ter com alguns suplementos que contém uma quantidade excessiva de tais substâncias.
Porém, é importante ressaltar que apenas em casos onde a xantina se encontre em concentrações elevadas no sangue poderá haver problemas. Por isso, desde que de forma moderada, ainda é possível continuar a consumir esses alimentos.
4 – Quem sofre com patologias associadas a ansiedade está mais propenso a ter arritmia cardíaca – Mito!
Como já dissemos pessoas que sofrem com crises de ansiedade ou de síndrome do pânico podem ter sintomas semelhantes ao da arritmia cardíaca e, não raro, vão até o serviço de emergência em busca de ajuda.
Ao realizar o exame de eletrocardiograma, o ritmo do coração se mostra perfeitamente normal ou ainda, em poucos casos, é diagnosticada uma taquicardia sinusal – uma condição que é desencadeada pelo quadro psicológico e não é maligna.
Leia também [ Por que a Cardiologia da Day Clinic é sua melhor opção? ]
Portanto, pessoas que sofrem desse tipo de patologia não estão mais propensas a ter arritmia cardíaca.
5 – A arritmia pode levar a morte súbita – Verdade!
Em algumas situações a arritmia cardíaca pode sim levar a morte súbita, por isso é muito importante procurar um médico especialista e realizar a avaliação para o diagnóstico e o tratamento necessário.
A morte súbita pode ocorrer devido a uma crise de taquicardia, que é a aceleração dos batimentos. Ela pode fazer com que o coração não consiga bombear mais o sangue e cause uma parada cardíaca.
6 – Alguns hábitos e condições podem levar a uma arritmia cardíaca – Verdade!
Existem alguns hábitos e condições, como o tabagismo, o consumo de álcool em excesso, o uso de drogas como o crack e a cocaína, o consumo de bebidas estimulantes (energéticos), a obesidade e o uso de determinados medicamentos que podem sim influenciar no ritmo cardíaco e provocar a arritmia cardíaca.
Por isso, é muito importante ficar de olho no estilo de vida e buscar a adoção de hábitos mais saudáveis para se prevenir do problema. Em caso de sintomas como os relatados (palpitação, tontura, desmaio, batedeira) o médico deverá ser procurado para uma investigação diagnóstica, orientações e tratamento.
Dr. Vinicius Menezes (Cardiologista) CRM/TO 3219